A epidemia de hepatite C atinge cerca de 170 milhões de pessoas em todo o mundo. Por longos anos, a pessoa pode não perceber nenhum sintoma. Isso é um problema muito prejudicial, pois quando a pessoa perceber os sintomas da doença essa já estará em fase avançada. Depois de muitos anos de doença silenciosa, quando o indivíduo percebe a doença já poderá estar em fase de cirrose descompensada. Nessa fase, a pessoa pode ter ascite (água na barriga), icterícia (amarelão), hemorragias e encefalopatia hepática (manifestação neuro-psiquiátrica, com confusão mental que pode evoluir para o coma). Um percentual dos pacientes cirróticos (cerca de 1% ao ano), pode evoluir para o câncer de fígado. Prevê-se, nos próximos 10-15 anos, que o número de indivíduos com hepatite C com evolução para cirrose, descompensação hepática e câncer hepático continuirá a aumentar. Esses fatos tornam muito importante o diagnóstico precoce, que é muito fácil, desde que seja pedido o exame específico, conhecido como anti-HCV. Infelizmente, estima-se que em todo o mundo menos de 25% dos infectados pelo vírus C saibam de sua condição. A partir de uma investigação adequada, se determinará a gravidade da doença e qual a melhor conduta. Quando se decidir pelo tratamento medicamentoso, deve-se empregar PEG-interferon (injeções) a ribavirina (comprimidos) num prazo variável de 24 a 48 semanas. Recentemente, passaram a ser usados, para os pacientes com o genótipo 1 do vírus C, novos medicamentos chamados de anti-virais de ação direta – o boceprevir e o telaprevir. Vejamos alguns fatos sobre esses novos remédios:
- Podem ser usados em adultos, com doença hepática compensada, incluindo a cirrose.
- Podem ser usados em paciente “virgens” de tratamento ou que não conseguiram a cura virológica num tratamento prévio com interferon.
- Usados em combinação com PEG-interferon mais a ribavirina. Não podem ser usados isoladamente.
- Deve-se fazer um minucioso levantamento de todos os remédios usados pelo paciente. O boceprevir e o telaprevir apresentam muitas interações medicamentosas prejudiciais com outros remédios comumente usados.
Saúde!
Sparvoli